quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Apresentação

Olá pessoal,

Me chamo Priscilla e criei este blog para participar dum processo seletivo para me integrar aos Gueirreiros Sem Armas, que é um programa super legal que forma jovens para empreenderem com a sociedade  e transformar a realidade que vivemos. Transformando sonhos em realidade e fazendo nascer o afeto e amor no coração de todos. E também porque sempre tive vontade de ter um blog e a oportunidade me impulsionou e aqui estou!
Este blog se chama: No caminho do sim, e é este caminho que estou trilhando. Convido você a trilhá-lo comigo.



Quem é Priscilla Pereira?

Tenho 19 anos, sou muito sonhadora e  repleta de força de vontade! Sou filha de pais separados que hoje são amigos. Amo muito minha família e meu namorado. Após meus pais se separarem eu, minha mãe e minha irmã mais nova, continuamos a morar atrás da casa dos meu avós paternos até meus 15 anos. Infelizmente esses anos foram difíceis, sofremos muito com humilhações da familia do meu pai, ela não aceitava que morassemos lá com meu pai fora de casa, mas não tinhamos para onde ir e minha mãe trabalhava em casa de família fazendo faxinas para nos sustentar. Lá viamos muitas coisas ruins relacionadas ao álcool, drogas, e brigas feias .Minha mãe sempre procurou nos afastar de tudo isso.




 Eu, Rosãngela (mãe) e Bianca (Irmã)


  
Quem sofreu mais foi minha mãe que não sabia o que fazer para nos tirar dessa situação. Até mesmo foi espancada por um dos meus tios, nunca consegui tirar essas cenas da minha cabeça.

 Quando completei 12 anos minha mãe descobriu que tinha uma doença hereditária que não tem cura, essa doença paraliza e deforma os ossos e articulações do corpo "Artrite Rematóide", agravada ainda mais pelas faxinas que ela fazia. Minha mãe não podia mais trabalhar. Quando me dei conta ela já estava um ano sem se levantar da cama, e meu pai estava desempregado. Sobreviviamos com a ajuda de vizinhos, de parte da família e da igreja.


Meu pai fazia artesanato com jornal, e passava uma massa branca nas madeira que encontrava por ai, essas madeias ficavam novinhas e ele desenhava umas flores bem simples e desajeitadas para fazer uma espécie de quadros para vender. Um dia ele vendo meus desenhos entregou-me uma dessas madeiras para desenhar. Desenhei e pintei com tinta acrílica. Meu pai levou pra vender na casa de conhecidos que gostaram, compraram e ainda encomendaram mais. Daí ganhei meu primeiro emprego, fazia os quadros na madeira e depois passei para a tela, a maioria eram quadros infantis. O dinheiro dos quadros e da venda de material reciclavel dava para comprar uns dois remédios da minha mãe por mês.
Na cidade em que eu moro tem uma instituição chamada Camp-Guarujá que é um centro de formação profissional que recruta jovens para serem inseridos no seu primeiro emprego como aprendizes. Istituição essa muito séria com seguimentos de muita disciplina. Como ainda tinha 13 anos e não conseguia um emprego, fiz a prova do Camp e passei. Lá adquiri uma base forte que me sustenta muito bem até hoje.
 Além de amadurecer apredi rotinas administrativas, noções de contabilidade, inteligência emocional e cidadania. Meu primeiro emprego em carteira pelo Camp foi na Secretaria Municipal de Assistência Social, onde vi muitas pessoas passando por diversos problemas, pessoas muito necessitadas, que realmente precisavam de ajuda acabei ciando interesse por problemas sociais. Um deles foi uma peça que escrevi sobre o bullying que chegou  até a diretora do Teatro Mucicipal de Santos  que gostou e me deu muitas dicas, peça esta que ainda tenho o sonho de levar nas escolas.

Eu, e os demais aprendizes da Secretaria de Assis. Social


Mas comecei a me envolver mais com as questões sociais quando meu avó materno depois de saber que minha mãe estava sendo ameaçada por um dos meus tios, comprou uma casinha na Comunidade Chaparral. É uma casa simples, pequenina mas é nossa. Minha mãe ficou muito feliz e eu feliz por ela.
Infelizmente ou felizmente moramos ao lado das pessoas mais problemáticas da favela!
Minha mãe agora que tem sua casa quer cuidar de suas coisas, mas meus vizinhos a pertubam e divertem-se com isso. Uma vez eles jogaram uma pequena bomba no telhado que fez um buraco em pleno dia de chuva. Eles jogam pedras em nossa casa e depredam nosso muro. Queimam entulho na frente de casa e a fumaça a invade fazendo com que o problema de saúde no pulmão da minha mãe se agrave.
 Eu e minha mãe tentamos conversar com eles que na maioria são adolescentes e crianças, mas debocham de nós e sempre falam uma frase que me entristece muito "Você tá na favela e as coisas são assim, é melhor se acostumar!".
Quase todos dias vejo crianças na rua brincando com o lixo e falando muitas besteira que crianças não deveriam falar. Vi que isso está errado e que não podia continuar assim. Essas crianças tem muito potencial e são inteligentes elas deviam praticar atividades que incentivassem  a usar suas capacidades e não ao contrário. Eu não podia simplesmente ignorar, eu não conseguia. 
Elas precisavam saber que  mesmo na condição em que vivemos somos capazes de mudar nossa realidade, que não precisamos nos submeter a desesperança e a marginalidade porque somos pobres e moramos na favela. Então sabia que só reclamar não ia resolver nada. Fui numa sociedade de moradores perto de casa a ARMOVIN, para pedir ajuda para criar um projeto social para as pessoas da minha comunidade, com incentivo a criatidade, a cidadania, respeito ao próximo e ao meio ambiente. Mas eu só tinha 17 anos e não permitiam que eu tivesse essa resposabilidade e a Assossiação já tinha esse trabalho mas as crianças saiam facilmente do programa.
Convidei algumas crianças para pintar alguns desenhos que eu fiz, e comecei a conversar com elas, perguntava o que elas achavam do lugar que moramos, e o que achavam que deveria melhorar. Elas são muito espertas e responderam animadas que queriam um lugar para brincar, que não queriam ver tanto lixo.


Depois que terminei meu cusro técnico em Administração, passei no vestibulindo na Escola 1º de Maio para estudar Quimica. Foi aí que  encontrei meu colega George que me contou felissíssimo que os Guerreiros sem Armas transformaram o sonho da comunidade dele em realidade de uma forma única: os Guerreiros tocavam no coração das pessoas de uma forma que isso se espalhace por todos. Eles faziam a comunidade se ajudar e a cooperar trabalhando todos juntos. Era isso que eu estava procurando! Então aceitei participar de um jogo camado Oasis para trasformar uma parte da comunidade da Aldeia (Prainha) em dois dias.
Acordei cedo e fui, era uma comunidade parecida com a minha. Assim que cheguei senti que eramos uma família e surgiu uma sensação maravilhosa dentro de mim, não sabia como eles faziam isso! Muitas pessoas da comunidade estavam participando, inclusive muitas crianças. Dividiram-nos em quatro grupos: vermelho, azul, amarelo e verde que era o meu. Cada grupo ficava responsável para transformar uma parte da comunidade. Foi d+, nunca tinha visto tanta gente junta trabalhando para a melhoria de algo. Foi uma bagunça divertida e organizada.


Eu e as crianças criativas da Prainha.



Onde tinha mato e lixo virou um canteiro de flores, onde estava cinza ganhou cor e alegria e eu puder fazer uma coisa que eu gosto muito: Desenhar e Pintar! E as crianças ajudavam em tudo e tinham muitas ideias magnificas! Estavam animadas pois foram incentivadas a mostrar suas capacidades. Ganhei uns trinta sobrinhos, pois todos me chamavam de tia. Um morador ajudava o outro e os as pessoas da comunidade iam atrás de materiais como tintas, pincéis, madeiras e alimentos para o almoço (os caçadores). Quando eles chegavam com um carro cheio, todos paravam o que estavam fazendo para aplaudir e comemorar! No segundo dia vimos como a comunidade estava linda e todos tinham dentro de sí a semente do Sim, nós podemos! Quando cheguei em casa no final do segundo dia, senti o que não tivera sentido durante os dois dias: o peso de todo o tabalho que fiz pesava no meu corpo, fiquei muito dolorida. 
Mas meu coração estava leve, nunca tinha visto algo tão lindo na minha vida. Nunca tinha me sentido tão feliz. Cheguei a chorar de alegrias e me dei conta que eu não precisava de dinheiro, nem de sucesso, eu precisava fazer aquilo, sentir aquilo de novo e de novo!
O mundo precisa dos Guerreiros sem Armas. O mundo precisa sentir o que eu senti! E por isso eu quero estar com eles para ajudar o mundo a saber o quanto isso é espetacular.
Participar disso é muito importante para mim. Antes eu me dedicava a estudar e a trabalhar para ser uma pessoa de sucesso para melhorar a minha vida e da minha família, mas depois do que presenciei, descobri que me sentiria muito mais feliz se pudesse fazer a difrença na vida de outras pessoas, não quero que minha vida seja somente para realizar meus sonhos, mas sim que eu possa incentivar as pessoas sem esperança a sonhar e buscar a realização dos seus sonhos. Mostrar a elas o poder que elas têm! Assim como também perdi as esperanças e dei a volta por cima, hoje consegui uma bolsa integral na universidade para cursar Gestão Ambiental e quero levar meu conhecimento para essas pessoas. Eu quero e posso fazer acontecer. Quero aprender tudo que eu puder, com todos, eu quero viver isso de coração aberto...
Essa sou eu, e isso tudo que vocês leram faz parte de mim!

Para visualiraem melhor quem sou ai vão umas fotinhas...













formatura Técnico em Adm Empresarial



 Eu e meu namorado Caique















 Entrada espetacular do jogo Oasis da Aldeia - 2012














Formatura Ensino médio - 2011


                                Amigãos do peito

                                                                           













Visita a Carbocloro Turma 1QA Téc. em Química














Turma 50 - Gestão e Negócios Senac -2012

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